Desenvolver uma liderança humana pode até parecer uma tarefa simples, mas não é. Afinal, muitas vezes o fato de você ser um chefe, líder, gerente (entre outros nomes) humano, pode carregar adjetivos como alguém fraco, que leva tudo para o lado pessoal, que não tem entregas de alta performance porque a cobrança é muito fraca, etc.
Como o livro não tem tradução para o português ainda, eu tive que manter o adjetivo FODA no título desse post. E é essa mesma a palavra que define em português brasileiro. O foco deste livro é te ensinar a ser um líder FODA e ainda ser humano. Isso significa alinhar uma alta performance profissional com um comportamento honesto, sincero e valorizando as pessoas, não apenas os números que elas precisam gerar para o negócio.
O livro Radical Candor, de Kim Scott, traz inúmeros exemplos de que nada dessas suposições estão corretas. Claro que, a autora navega por muitos exemplos práticos de sua própria carreira para explicar como agir de forma humana, ainda que sendo um chefe e cobrando performance de sua equipe.
Essa é uma resenha detalhada sobre o livro e acho que é uma leitura obrigatória para todos os líderes, seja C-level ou um gerente ainda junior na função.
Quem é Kim Scott
Kim Scott
Kim Scott tem uma carreira de “dar inveja” em muita gente. No currículo acumula passagens por grandes empresas como Google, Apple, Twitter, Dropbox, Qualtrics, entre outras.
Portanto, se você quer aprender com alguém que atuou (e ainda atua) sendo mentor de grandes líderes e desenvolvendo projetos em empresas que fazem história em seus segmentos, com certeza este é um livro para você.
O que significa Radical Candor
Na tradução literal seria algo próximo de “Sinceridade Radical”. Este é um termo usado pela autora para definir a sua técnica de liderança humana. A autora defende que mesmo em ambientes profissionais ou extremamente tradicionais, o nosso lado profissional está sempre alinhado ao que somos enquanto pessoas. Ou seja, lado humano e profissional andam juntos.
Por isso, um líder que deseja que sua equipe tenha resultados de alta performance de forma contínua, um ambiente de trabalho saudável e propício para inovação, deve ser alguém tão pessoal quanto é profissional.
Cada cargo, cada profissional é uma pessoa. Pessoas têm medos, anseios, desejos, dúvidas, inseguranças, curiosidades, etc. E não é porque você está em seu ambiente profissional que você deixa de ser humano e sentir tudo isso enquanto executa suas tarefas e seus projetos.
Portanto, Radical Candor é uma técnica que transforma a relação do líder com seus pares e liderados, a fim de que haja sinceridade e conexões humanas alinhadas às profissionais.
Como ser um Radical Candor
O livro possui 8 capítulos, sendo divididos em duas partes: Uma nova filosofia de gestão (Parte I) e Ferramentas e técnicas (Parte II). Na primeira parte, há toda a explicação com vários exemplos sobre o que é Radical Candor e a importância dessa filosofia para empresas e equipes de alta performance. Na segunda parte, a minha favorita, há as técnicas, frameworks e muitos exemplos de como fazer.
Retirado do site kimmalonescott.com
Na figura ao lado temos o gráfico proposto pela autora para que o líder mapeie suas ações e consiga enxergar se está mais próximo ou distante de uma gestão de “sinceridade radical”.
É uma forma clara de entender como ser um líder humano e, ao mesmo tempo, encontrar os pontos de melhoria e entender como fazer para ter mais pontos no quadrante de Radical Candor do que nos demais quadrantes do template.
O que você vai aprender com o livro
- A diferença entre profissionais Rock Stars e Superstars, assim como a melhor forma de liderar cada um desses perfis.
- Como utilizar a metodologia para desenvolver uma cultura de crescimento e inovação dentro das empresas e, principalmente, da(s) sua(s) própria(s) equipe(s).
- Técnicas para evitar cansaço e equipes desmotivadas, ainda que haja metas e cobranças regulares (o que sempre vai haver).
- Técnicas de como guiar reuniões individuais, valorizando os encontros 1:1, executando a gestão de Radical Candor. Ou seja, dicas práticas de como colocar a filosofia “para rodar”.
- Um ponto interessante que o livro toca: demissões. Como fazer demissões e em qual momento.
- Planejamentos de carreira e desenvolvimento pessoal/profissional dos liderados, com vários exemplos usados pelas empresas pelas quais a autora tem passagem.
- Como evitar a “gestão ausente”, ou seja, de um líder que não está presente com sua equipe e também como evitar o microgerenciamento.
- Explicações com ferramentas de gestão para a metodologia que a autora chama de GSD, do inglês Get Stuff Done (Faça o que tem que ser feito).
Espero que tenham gostado da resenha.
Não esqueça: se você não está aprendendo algo novo, você não está evoluindo.